A enxaqueca pode ser uma comorbidade associada ao autismo. Pois, pessoas com autismo têm maior prevalência de enxaqueca devido a sensibilidade sensorial, genética, alterações do sono, ansiedade e estresse.
Sintomas de enxaqueca em pessoas com autismo: Dor de cabeça intensa; Sensibilidade à luz e som; Náusea e vômito; Visão embaçada; Fadiga.
Mas, atenção! Não são todas as pessoas com autismo que têm enxaqueca. E nem todas as pessoas que têm enxaqueca têm autismo.
Para o diagnóstico consulte um especialista. A avaliação integral serve inclusive para descartar outras condições.
O tratamento personalizado para a enxaqueca deve ser terapêutico e medicamentoso.
Conforme estudos, pessoas com autismo têm uma maior probabilidade de sofrer de enxaqueca, comparadas à população em geral.
Prevalência: 20–50% das pessoas autistas sofrem de dores de cabeça
Fatores contribuintes: Genéticos, ambientais, estresse, ansiedade, depressão
Gênero: Mulheres autistas sofrem mais de enxaquecas do que mulheres não autistas
A experiência de dores de cabeça pode variar amplamente entre pessoas autistas. Alguns indivíduos podem ter dores de cabeça pouco frequentes, enquanto outros podem ter dores de cabeça crônicas ou recorrentes. Entender a prevalência de dores de cabeça no autismo é crucial para fornecer suporte e intervenções apropriados para indivíduos que podem estar passando por essa condição concomitante.
Verdi (2020), relata que pessoas autistas frequentemente sentem dores de cabeça, levando ao comprometimento emocional e físico, provocando crises de shutdowns (desligamentos) e meltdowns (crises explosivas), afastamento do trabalho, por consequência estes comprometimentos impactam significativamente suas vidas diárias e laborais. Embora a etiologia exata das enxaquecas no autismo não seja totalmente compreendida, fatores genéticos e ambientais podem desempenhar um papel. Pessoas autistas que sofrem de enxaqueca podem se beneficiar de uma consulta com um profissional de saúde para desenvolver um plano de tratamento abrangente. Ao entender os diferentes tipos de dores de cabeça que podem ocorrer em pessoas autistas, cuidadores e profissionais de saúde podem identificar e gerenciar melhor esse sofrimento.
O estresse emocional e comorbidades psiquiátricas, comuns em pessoas autistas, também estão associadas a um maior risco de enxaqueca. Estudos genéticos mostram que tanto a enxaqueca quanto o TEA têm componentes hereditários, indicando uma predisposição genética para a condição. A elevada prevalência de enxaqueca crônica em pessoas autistas pode ser atribuída às suas características únicas de processamento sensorial e comorbidades psiquiátricas.
As terapias medicamentosas, como triptanos e betabloqueadores, mostraram eficácia, mas devem ser administradas com cautela devido às sensibilidades individuais.
As terapias complementares, como Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) e mindfulness, também se mostraram eficazes. Ajustes no estilo de vida, como dieta balanceada e rotina de sono adequada, são essenciais.
Fontes: Autism Society; Autism Speaks; American Migraine Foundation; Revista Brasileira de Psiquiatria; National Institute of Mental Health (NIMH). VERDI, L. Autism and migraine: an unexplored association? Departamento de Ciências para a Promoção da Saúde e Cuidado Materno-Infantil “G. D’Alessandro”, Universidade de Palermo. Itália, 2020. Disponível em: https://www.mdpi.com/2076-3425/10/9/615