É o transtorno infantil caracterizado por comportamento desafiador e desobediente a figuras de autoridade que podem ser os pais, professores etc. A causa do TOD é desconhecida, mas provavelmente envolve uma combinação de fatores genéticos e ambientais, ou seja, a criança aprende com o ambiente onde está inserida e muitas vezes os próprios pais/familiares contribuem para a causa que pode vir de muito mimo, excesso de cuidados ou falta de cuidados.
O TOD pode estar sozinho, ou seja, pode ser um transtorno que não está vinculado a outros transtornos ou pode estar associado e ser uma comorbidade vinculada a outros transtornos como, é o caso mais frequente, o autismo.
Os sintomas geralmente começam antes da criança completar oito anos de idade. Eles incluem humor irritável, comportamento argumentativo e desafiador, agressividade e causam problemas significativos em casa ou na escola, pois batem nos colegas ou irmãos, se sentem perseguidos e tentam de toda forma fazer valer seus interesses, tem dificuldades de assimilar regras e de lidar com frustrações. Mas, claro que estes são apenas alguns sintomas e nem todas as crianças que tem um ou outro sintoma descrito aqui, tem TOD.
- A primeira sugestão é manter a calma, mesmo em momentos de agressão. Quando a criança com TOD é contrariada, ela pode agir de forma mais ríspida e ameaçar a bater. A melhor forma de lidar com isso é agachar-se junto dela e falar com muita calma para que a criança perca a coragem de prosseguir com o ato pensado anteriormente.
- Conquistar a confiança do aluno com TOD, pode fazer com que algumas ações impulsivas sejam inibidas.
- Quando o aluno quiser adotar comportamentos que chamem a atenção, a melhor maneira é não repreendê-lo na frente dos coleguinhas. Ao adverti-lo, faça da maneira mais branda possível e nunca o coloque em uma situação de constrangimento. É importante que você estimule a amizade da criança.
- Fazer algumas mudanças que podem beneficiar o aluno, como colocá-lo em um lugar que não o faça distrair. Sendo assim, vale tentar reposicioná-lo na primeira fileira, por exemplo. O TOD não é uma condicionante do TEA ou do TDAH, mas os dois transtornos podem apresentar comorbidades. Estima-se que 50 % dos pacientes apresentem ambos.
- As regras podem ser um problema para as crianças com TOD, por isso, no momento de estabelecê-las, é preciso trabalhar com clareza e objetividade. Entretanto, não confunda firmeza com agressividade, pois isso pode gerar ainda mais problemas. Aliás, regras são para todos. Se o aluno com TOD perceber que apenas ele é obrigado a respeitar regras isso será um grande problema.
- Inclusive, a postura firme pode auxiliar na diminuição do comportamento opositor da criança, fazendo com que ela entenda as regras que estão sendo colocadas, assim como respeite a figura do professor. Mas, ter postura firme não é o mesmo que postura opressora, muito menos postura autoritária. Se o professor tiver uma postura equivocada, o aluno com TOD jamais irá respeitá-lo.
- Primeiramente é bom reforçar que castigos e punições não oferecem bons resultados para as crianças com TOD. Dessa maneira, o ideal é caminhar no sentido oposto, ou seja, focando nos acertos, elogiando as características positivas.
- Caso tenha que pontuar algo negativo, explique com calma e paciência o que não foi legal e precisa mudar, definindo, desse modo, as regras que precisam ser colocadas em prática.
- Para aumentar a interação e o vínculo com uma criança com TOD, bem como facilitar o dia a dia, é importante conhecer os gostos e preferências dela. Dessa forma, cresce bastante a chance de sucesso e engajamento com as regras colocadas.
- Ademais, quando você conhece bem a criança, isso se torna, inclusive, uma ferramenta de recompensa durante algum possível embate.
- Uma coisa é fato, as crianças costumam repetir os comportamentos dos pais, professores e/ou responsáveis, ou seja, o adulto deve ser sempre o exemplo.
- Desse modo, fica claro que tanto o espaço familiar quanto educacional afetam demais no desenvolvimento de uma criança com Transtorno Opositivo Desafiador, por isso é preciso moldar um espaço agradável e de bastante diálogo.
- Não isole a criança e nunca debata com ela! Não se esqueça que o adulto é o responsável pelo bem-estar da criança e não o contrário.
- Se a criança com TOD agir de maneira inadequada, não faça o mesmo. A solução é chamá-la para ser ajudante de turma ou pedir ajuda a ela para fazer parte de alguma brincadeira. A única coisa que não deve ser feita é submetê-la ao isolamento, ao constrangimento ou pior ainda, aumentar seu nível de estresse e submetê-la a uma crise nervosa, levando a vários outros problemas como, taquicardia, convulsão, autolesão, entre outros problemas.
- Proponha atividades que façam parte dos interesses do aluno. O fato do aluno não ter com o que se distrair favorece a apreensão do conteúdo e, consequentemente, um clima mais harmônico entre o aluno e seus colegas. No entanto, é sempre bom ressaltar que cada caso pode variar muito.
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SOUZA NEVES, Regiane. Inclusão Escolar - Soluções Educacionais. Souza & Neves Edições. Clube de Autores. 1ª edição. São Paulo, 2023 (ISBN: 978-65-266-1262-0)