4º princípio: Educação para a Inteligência Emocional

A escola deve colaborar para a formação emocional do educando. E que uma educação completa seja aquela que contempla a formação integral do ser: seu aspecto físico, cognitivo, emocional e social. O processo de ensino envolve relacionamentos (entre professor e alunos, entre alunos, entre professores, entre toda comunidade escolar) e saber conviver com o outro (e consigo mesmo) também é um aprendizado. Um aprendizado que envolve respeito, controle das emoções em situações diversas (e adversas), concentração, superação, aceitação, motivação... Como negar que a emoção está intimamente envolvida no processo educacional?

A grande questão é ir além dessa conscientização. A equipe escolar deve saber colaborar para a formação emocional do aluno. E, realmente, não há manual de instruções para isso. É importante ressaltar que o trabalho pedagógico deve associar o aspecto emocional ao pensamento, ou seja, o que determinadas emoções influenciam, negativa ou positivamente, no processo de aprendizagem. E, desta forma, desenvolver no educando a capacidade de lidar com suas emoções objetivando seu crescimento emocional e cognitivo, para que ele saiba agir emocionalmente através do pensamento.

Assim, trabalhar com a educação emocional não é deixar de priorizar a função acadêmica da escola, mas otimizar o processo intelectual através do controle das emoções. É formar um indivíduo autônomo (em suas decisões racionais e emocionais), conhecedor de si mesmo dentro de um contexto social para atuar, em todas as esferas de sua vida, com consciência e criticidade.

A Educação Emocional pode ser dividida em:

Autoconhecimento emocional: a capacidade de reconhecer e entender os próprios sentimentos. 

Automotivação: saber dirigir as emoções em torno de um objetivo ou realização pessoal, sem se deixar levar pela ansiedade e problemas que surgem no caminho. 

Reconhecimento das emoções em outras pessoas: é a habilidade de reconhecer o que o outro sente e ter empatia por aquele sentimento.

Relacionamentos interpessoais: saber interagir com outros indivíduos conseguindo lidar com o sentimento do próximo, afinal, o relacionamento é, em grande maioria, aprender a lidar com o outro.

Controle emocional: é a habilidade de lidar com os próprios sentimentos em cada situação que é vivida.

O debate sobre educação emocional, também conhecido como inteligência emocional, tomou proporções grandiosas atualmente, afinal, cada vez mais fica evidente o quão necessário é falar sobre as práticas que as pessoas têm voltadas para esse tema. É possível perceber que cada vez mais, os jovens, de forma geral, sentem dificuldade em solucionar conflitos nas mais diversas situações, principalmente, quando o foco é o ambiente escolar. A escola pode e deve auxiliar tanto alunos quanto professores para que a habilidade de autoconhecimento, autopercepção e empatia sejam trabalhadas pelo próprio aluno de forma que ele as entenda e saiba lidar com isso, sendo auxiliado pelo professor. Dessa forma, o trabalho iniciado no ambiente educacional se estende para além da sala de aula, sendo possível perceber a formação daquele aluno como parte da sociedade.

Atualmente as ações das crianças e dos jovens envolvendo a escola estão mais explícitas. O ambiente escolar, por vezes, se torna palco para situações como o início de relacionamentos amorosos ou ao bullying, por exemplo. É preciso que haja um grande preparo para saber lidar com o aluno individualmente e entender que, além de aluno, também é alguém com sentimentos. Diante de situações assim, o ambiente escolar precisa estar preparado para ser o suporte do estudante na hora de desenvolver a própria capacidade de lidar com as emoções, que são intensas. 

Justificativa Pedagógica e Fundamentação Legal:

LDB Nº 9394/96

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.


BNCC – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Na BNCC, as competências socioemocionais estão presentes em todas as competências gerais. No Brasil, até 2020, foi determinado o prazo para que todas as escolas contemplassem as competências socioemocionais em seus currículos. Perseverança, colaboração, autocontrole, curiosidade, otimismo e confiança são exemplos de competências socioemocionais que devem ser trabalhadas no ambiente escolar, a fim de estimular o desenvolvimento integral da criança, do adolescente e do jovem.


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Se usar cite a referência:

SOUZA NEVES, Regiane. Escola do Futuro: implantação e metodologia - Soluções Educacionais. Souza & Neves Edições. Clube de Autores. 1ª edição. São Paulo, 2023 (ISBN: 978-65-266-1267-5)