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TDAH: Orientação Escolar


Dificuldade de prestar atenção na aula, distrair-se facilmente e ficar com a mente vagando pelo “mundo da lua” quando o professor está falando. Pouca paciência para estudar e fazer os deveres, agitação, inquietude e uma capacidade incrível de fazer milhões de coisas ao mesmo tempo. E quase nenhuma delas associada à aula. Estas são algumas características de alunos que apresentam o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, conhecido como TDAH. O problema atinge um grande número de crianças e adolescentes, que veem o seu desempenho acadêmico prejudicado pelo transtorno e muitas vezes sequer sabem que são portadores.

Uma das principais dificuldades dos alunos com TDAH são os problemas de comportamento no ambiente escolar, que se manifestam pela dificuldade de obedecer a um código disciplinar rígido e pela agitação na sala de aula.

Quais estratégias trabalhar em sala de aula:

Você professor, educador ou orientador educacional já deve ter ouvido falar sobre ao menos uma das características presentes na vida de uma criança com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

E, se ainda não sabe, existem três tipos:

– TDAH Tipo Desatento

– TDAH Tipo Hiperativo-Impulsivo

– TDAH Tipo Misto

Diante de tais possibilidades, é preciso que os profissionais da educação adotem determinadas estratégias em sala de aula para aproximar o conteúdo a ser ensinado dos alunos. A princípio, é interessante adotar algumas táticas para facilitar a concentração do aluno. Todos nós sabemos que a sala de aula é um local plural, ou seja, cada um traz uma peculiaridade. Isso pode chamar a atenção do aluno.

Então, vejam as sugestões iniciais para driblar essas distrações e que podem ser encontradas no ambiente escolar:

  • Não deixe o aluno próximo a janelas e portas: qualquer atividade ou ruído vindo da parte      externa tende a distraí-lo;
  • Coloque-o sentado perto à sua mesa, na primeira carteira;
  • Mude-o de lugar sempre que perceber que algo ‘ameaça’ sua atenção ao conteúdo;
  • Os suportes multimídia servem como uma alternativa eficaz para auxiliar os educadores. Os equipamentos audiovisuais são essenciais: filmes, animações, clipes animados e trechos de peças publicitárias (que respeite a faixa etária) tendem a dar um tom mais lúdico à aula. Além disso, existem outros materiais que podem complementar a estratégia pedagógica, como jornais, revistas, gibis, jogos de tabuleiros, desenhos, entre outros. Tudo isso pode ser utilizado junto com os recursos multimídia citados;
  • Para deixar os exames e provas mais acessíveis à criança ou adolescente com TDAH, o aconselhável é contribuir ao máximo com o enunciado presente na folha de papel, seja utilizando bastante desenhos gráficos ou usando palavras que facilitem o entendimento;
  • Uma criança com TDAH pode perder materiais e exercícios por distração (esquecimento). Para evitar essas situações, incentive a adotar medidas que diminuem esses aborrecimentos, colocando nomes nos objetos e utilizando somente o que for utilizado. Para as tarefas, o uso de uma pasta plástica é o ideal;
  • É preciso ficar atento quanto às anotações que o aluno faz em sala de aula. Para isso, estimule-o a utilizar bloquinhos de papel, post-it, agendas, calendários, etc;
  • Os pequenos atos são suficientes para incutir na criança o quanto ela é útil e capaz de se superar. Reconheça o progresso do aluno.

Problemas do comportamento de alunos com dificuldades e como proceder:

1) Tipo de dificuldade: Humor oscilante e dificuldade de relacionamentos. 

O que fazer?

Ensine que brincadeiras têm hora e lugar;

Ensine o aluno a seguir regras.

2) Tipo de dificuldade: Não apresenta contato visual e apresenta prejuízo na atenção das atividades. 

O que fazer? 

Fragmente a instrução ou informação em partes menores para aumentar a atenção. Use estratégias visuais para ajudar a criança a obter atenção e entendimento. Ensine como usar os olhos e o corpo para ouvir.

3) Tipo de dificuldade: Dificuldade em entender o “todo”.  

O que fazer?

Fragmente as informações em pequenas partes (visuais). 

Fragmente as informações e conceitos e ajude o aluno a encaixá-los para, assim, ver o todo. Ensine como ele pode entender a ideia principal.

4) Tipo de dificuldade: Dificuldade em abstração. 

O que fazer?

Tenha consciência de que os alunos poderão apresentar respostas esquisitas quando não conseguirem interpretar.  

Trabalhe o entendimento e a interpretação do aluno com relação aos colegas e com historinhas e estímulos visuais.  

Apresente um quadro com o nome e a representação ilustrativa de emoções para que a criança as associe à expressão da emoção.

5) Tipo de dificuldade: Pobre compreensão acerca dos outros.

O que fazer?

Estimule o aluno a entender o conceito de se colocar no lugar do outro e estimule-o a se colocar no lugar dos coleguinhas. 

Entenda que existirão muitas dificuldades de compreensão e de interpretação por conta deste déficit. 

Ajude com estímulos visuais.

6) Tipo de dificuldade: Pobre iniciação de comunicação ou ação 

O que fazer?

Ensine uma resposta clara de iniciação. 

Recompense sucessos. 

Ajude o aluno a ter acesso a novas informações e a novos comportamentos. 

Demonstre para a criança que, quando ela diz uma palavra inteira (ou frase, a depender da criança), de forma clara, ela consegue mais rapidamente o que quer. 

Combine o interesse da criança com a atividade. Faça cartazes com o nome, desenhos e/ou figura das atividades; deixe a criança escolher qual ela quer realizar ou a ajude na escolha; realizem a atividade juntos. Quando a criança estiver motivada, tente fazer as atividades necessárias.

Dicas que ajudarão os professores no trabalho inclusivo dos seus alunos:

  • Planejamento prévio das atividades para adaptar ou preparar algo diferenciado de preferência com o mesmo tema abordado com os demais. Levar sempre em consideração a condição cognitiva de seu aluno.
  • Utilizar-se de apoio visual. As imagens podem ser utilizadas na elaboração da rotina, na fragmentação de atividades e na comunicação das crianças não verbais. Veja onde elas poderão ajudar seu aluno e utilize-as.
  • Reduzir os estímulos da folha. Muita informação em uma folha pode fazer com que a criança desanime frente a grande demanda ou simplesmente fixe sua atenção em outros elementos não relevantes.
  • Fala direta, objetiva e positiva. Se a instrução for grande, fragmentá-la em partes menores favorecerá a compreensão (Você quer brincar de massinha? Então faça essa atividade e brinque depois de massinha!)
  • Escolher o lugar fixo da criança com atenção e cuidado. Próximo ao professor, longe de janelas e portas.
  • Reforçar toda ação positiva e adequada da criança, seja disponibilizando um item reforçador ou elogiando.

Professores podem ser os mais importantes no processo de identificação e descoberta desses problemas, porém não possuem formação específica para fazer tais diagnósticos, que devem ser feitos por médicos, neuropsicólogos e neuropsicopedagogos. Mesmo que o professor possua formação adequada o mesmo deverá encaminhar o aluno para uma avaliação com outro profissional especializado para que se possa emitir um diagnóstico. Com ou sem diagnóstico, o papel do professor continuará sendo importante para a formação do aluno, sendo que deverá observar e auxiliar o seu processo de aprendizagem, tornando as aulas mais motivadas e dinâmicas, não rotulando o aluno, mas dando-lhe a oportunidade de descobrir suas potencialidades.


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É proibida a reprodução deste artigo ou parte dele sem prévia autorização da autora. Lei nº 9.610 de 19/02/1998, com alterações dadas pela Lei nº 12.853, de 2013. 

Se usar cite a referência:

SOUZA NEVES, Regiane. Entendendo o Déficit de Atenção e a Hiperatividade.  Souza & Neves Edições. Clube de Autores. 1ª edição. São Paulo, 2021 (ISBN: 978-65-5392-523-6)