TDAH: Sintomas em crianças e adolescentes


As crianças com TDAH, em especial os meninos, são agitadas ou inquietas. Na idade escolar, estas crianças e adolescentes mostram-se agitados, movendo-se sem parar pelo ambiente, mexendo em vários objetos como se estivessem “ligados” por um motor. Mexem pés e mãos, não param quietos na cadeira, falam muito e constantemente pedem para sair de sala de aula. Eles têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes. Eles são facilmente distraídos por estímulos do ambiente externo, mas também se distraem com pensamentos “internos”, isto é, vivem “no mundo da Lua”. 

Nas provas, são visíveis os erros por distração (erram sinais, vírgulas, acentos, etc.). Como a atenção é imprescindível para o bom funcionamento da memória, eles em geral são tidos como “esquecidos”: esquecem recados ou material escolar, aquilo que estudaram na véspera da prova, etc. (o “esquecimento” é uma das principais queixas dos pais). 

Quando eles se dedicam a fazer algo estimulante ou do seu interesse, conseguem permanecer mais tranquilos. Isto ocorre porque os centros de prazer no cérebro são ativados e conseguem dar um “reforço” no centro da atenção que é ligado a ele, passando a funcionar em níveis normais. 

O fato de uma criança/adolescente conseguir ficar concentrado em alguma atividade não exclui o diagnóstico de TDAH. É claro que não fazemos coisas interessantes ou estimulantes desde a hora que acordamos até a hora em que vamos dormir: pessoas com TDAH vão ter muitas dificuldades em manter a atenção em muitas coisas.

Crianças e adolescentes também tendem a ser impulsivos (não esperam a vez, não leem a pergunta até o final e já respondem, interrompem os outros, agem antes de pensar). Frequentemente também apresentam dificuldades em se organizar e planejar aquilo que querem ou precisam fazer.

Seu desempenho sempre parece inferior ao esperado para a sua capacidade intelectual. O TDAH não se associa necessariamente a dificuldades na vida escolar, embora esta seja uma queixa frequente de pais e professores. É mais comum que os problemas na escola sejam de comportamento que de rendimento (notas).

Um aspecto importante: as meninas têm menos sintomas de hiperatividade-impulsividade que os meninos (embora sejam igualmente desatentas), o que fez com que se acreditasse que o TDAH só ocorresse no sexo masculino. Como as meninas não incomodam tanto, eram menos encaminhadas para diagnóstico e tratamento médicos.


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Se usar cite a referência:

SOUZA NEVES, Regiane. Entendendo o Déficit de Atenção e a Hiperatividade.  Souza & Neves Edições. Clube de Autores. 1ª edição. São Paulo, 2021 (ISBN: 978-65-5392-523-6)