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Entendendo as Dificuldades e os Transtornos da Aprendizagem


A aprendizagem envolve muitas variáveis como, por exemplo: questões biológicas, cognitivas, sociais, entre outras. Alguns alunos apresentam dificuldade de aprendizagem seja por não se adaptarem às metodologias aplicadas ou por questões psicológicas. Mas nada disso indica falta de inteligência ou até mesmo de motivação para estudar. E acredite, faz parte do processo de aprendizagem sentir dificuldade de vez em quando. 

DIFICULDADE

O termo dificuldade de aprendizagem é usado para a pessoa que precisa de uma metodologia diferenciada para se desenvolver. Uma vez que os métodos tradicionais acabam sendo muito complexos, porém, isso não quer dizer que elas não conseguem aprender. 

Hoje, é comum nas escolas alunos apresentarem dificuldade de aprendizagem, onde professores e educadores enfrentam essa questão, diariamente, junto com os alunos e familiares. Por isso, é importante acompanhar se elas são momentâneas ou mais duradouras, para assim procurar ajuda profissional para orientar sobre possíveis medidas.

É fundamental que os pais acompanhem de perto a rotina escolar dos filhos para identificar todas as possíveis dificuldades de aprendizagem que podem surgir em sala de aula. 

Algumas dificuldades que podem ser observadas:

1) Crianças em idade pré-escolar:
  • Problemas e demora com a fala;
  • Problema para aprender cores, formas, letras e números;
  • Não conseguir rimar palavras;
  • Possuir problemas com coordenação motora;
  • Não conseguir se manter focado, com atenção por muito tempo.

2) Crianças em idade escolar:
  • Seguir instruções;
  • Ser organizado em casa;
  • Entender e assimilar orientações verbais;
  • Aprender ensinamentos e lembrar das informações;
  • Ler, soletrar e falar palavras;
  • Escrever claramente (ou talvez com uma letra não tão compreensível);
  • Fazer cálculos matemáticos;
  • Terminar as lições de casa. 

TRANSTORNO

Lentidão na aprendizagem, dificuldade de concentração, palavras escritas de forma estranha, dificuldade de soletrar e troca de letras com sons ou grafias parecidas, dificuldade de reconhecer e distinguir letras de números,  são alguns sinais de transtornos da aprendizagem. Porém, não se trata de uma doença, mas de uma característica genética do desenvolvimento infantil.

As causas mais comuns são de:

Origem neurobiológica;
Alterações cerebrais: mau funcionamento, atraso no amadurecimento do sistema nervoso central, ou falha na comunicação entre os neurônios, o que dificulta as funções de coordenação;
Perturbações no parto ou início da vida.
 
Sintomas:

Os sintomas são iguais para crianças e adultos. A diferença é que, na infância, o transtorno é acentuado e pode ser identificado mais facilmente, uma vez que a criança irá apresentar dificuldades na fase de aprendizagem e alfabetização. 

Sintomas na primeira Infância:
  • Dispersão;
  • Falta de atenção;
  • Atraso da fala e linguagem;
  • Dificuldade em aprender rimas e canções;
  • Atraso na coordenação motora;
  • Falta de interesse por livros.
Sintomas na idade escolar:
  • Dificuldade na aquisição e automatização da leitura e escrita;
  • Desatenção;
  • Dispersão;
  • Dificuldade em copiar de livros e lousa;
  • Desorganização geral (dificuldade em manusear mapas, dicionários);
  • Dificuldade em ler em voz alta e compreender aquilo que foi lido.

Principais Transtornos da Aprendizagem

DISLEXIA

Dislexia é um transtorno de aprendizagem caracterizado pela dificuldade de leitura e escrita. De acordo com a International Dyslexia Association (IDA), essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas.

Os tipos mais comuns de dislexia são:
  • Dislexia visual: dificuldades em diferenciar os lados direito e esquerdo, erros na leitura devido à má visualização das palavras;
  • Dislexia auditiva: ocorre devido a carência de percepção dos sons, o que também acarreta dificuldades com a fala;
  • Dislexia mista: é a união de dois ou mais tipos de dislexia. Com isso, o portador poderá ter, por exemplo, dificuldades visuais e auditivas ao mesmo tempo.
DISGRAFIA

Normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas e inversões de letras, consequentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso, está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização espacial e de raciocínio ao produzir um texto. Pode estar relacionado a problemas na coordenação motora fina, que pode ser resolvido com atividades próprias para esta finalidade.

DISORTOGRAFIA

É a dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer como consequência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas, desmotivação para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação.

DISCALCULIA

É a dificuldade para cálculos e números, de um modo geral os portadores não identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não entendem enunciados de problemas, não conseguem quantificar ou fazer comparações, não entendem sequências lógicas. Esse problema é um dos mais sérios, porém ainda pouco conhecido.

DISLALIA

É a dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras, com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-se mais em pessoas com problemas no palato, flacidez na língua ou lábio leporino.

DISFASIA

É um distúrbio primário e duradouro do desenvolvimento e da aprendizagem. Ela faz parte dos distúrbios específicos de aprendizagem da linguagem oral, junto da dislexia, dispraxia e discalculia. A disfasia manifesta-se por dificuldades em expressar-se e em armazenar informações. Não é causada por um déficit intelectual ou sensorial.

DISPRAXIA

É uma condição na qual o cérebro tem dificuldade para planejar e coordenar os movimentos do corpo, levando a criança a não conseguir manter o equilíbrio, a postura e, algumas vezes, até ter dificuldade para falar. Dessa forma, estas crianças muitas vezes são consideradas de “crianças desajeitadas”, uma vez que costumam quebrar objetos, tropeçar e cair sem motivo aparente.

ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

Altas Habilidades (AH) também conhecida como Superdotação (SD), é caracterizada pelo alto desempenho em uma ou mais áreas de conhecimento, e se destacam em níveis de maior ou menor impacto intelectual, acadêmico, criativo, social, psicomotor e de talento especial. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 3% a 5% da população brasileira possui AH/SD. 

HIPERLEXIA

A hiperlexia é uma condição que faz com que a pessoa desenvolva uma habilidade de leitura excepcional em uma idade precoce, mas ao mesmo tempo não possui habilidades linguísticas. Sendo assim, a criança apresenta um fascínio intenso por letras ou números e uma capacidade avançada de leitura.

Atendendo o aluno com transtorno da aprendizagem:

O apoio do professor e da família é indispensável para o desenvolvimento e sucesso do aluno. Devem incentivar cada sucesso obtido, tendo sempre muita paciência, lendo e se informando sobre o assunto.  

Os professores e pais devem se sentar ao lado da criança ou jovem para acompanhar a leitura com ouvidos, olhos e coração. Feita a leitura, podem propor jogos de perguntas e respostas sobre cada parágrafo do texto, pedir para que a criança ou adolescente conte o que leu e o que ouviu, buscar na memória assuntos relacionados com o tema da leitura atual, descobrir palavras no texto, entre outras coisas que tornem a leitura uma atividade agradável e uma leitura compartilhada.

Além da leitura, existem jogos de tabuleiro que envolvem conhecimentos gerais e podem auxiliar na assimilação, como palavras cruzadas. Eles tornam a leitura e a escrita uma coisa prazerosa, e não um simples "dever".

Por se tratar de distúrbios, eles só se manifestam no final da alfabetização e nos primeiros anos escolares. A criança começa a apresentar dificuldades inesperadas de aprendizagem de leitura, apesar de ter outras habilidades.

Por isso, quando alguns dos sinais são percebidos durante o desenvolvimento da criança, deve-se acionar um profissional para realizar o diagnóstico e começar o tratamento o mais rápido possível, a fim de evitar traumas e baixa autoestima.


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É proibida a reprodução deste artigo ou parte dele sem prévia autorização da autora. Lei nº 9.610 de 19/02/1998, com alterações dadas pela Lei nº 12.853, de 2013. 

Se usar cite a referência:

SOUZA NEVES, Regiane. Inclusão Escolar - Soluções Educacionais. Souza & Neves Edições. Clube de Autores. 1ª edição. São Paulo, 2023 (ISBN: 978-65-266-1262-0)